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Praça Tiradentes

A Praça Tiradentes no Rio de Janeiro já se chamou Largo do Rócio, depois Praça da Constituição. Teve seu nome mudado assim como sua aparência em diferentes épocas, mas jamais deixou de ser movimentada e continua com a tradiçõeso de sediar um dos melhores e maiores teatros do Rio. Abaixo a representação do então Largo do Rócio em dia de evento histórico, em 1821.

Descrição do Largo do Rócio | 1821

O Largo do Rócio é a atual Praça Tiradentes. Na imagem da Praça, representada em 1821, são vistos o Teatro São João, que ficava no mesmo local onde nos dias de hoje situa-se o Teatro João Caetano.

Ao lado do Teatro, é vista uma casa com terraço, onde morou José Bonifácio, também chamado o Patriarca da Independência.

Um marco com uma esfera no topo, é visto no centro do antigo Largo. Este marco era o símbolo da justiça na época.

Largo do Rocio em 1821, atual Praça Tiradentes

A representação do Largo foi feita em um dia histórico, mas de não muita importância no contexto geral, e de certo modo incômodo para o então Rei D.João VI e seu sucessor D.Pedro I, que fizeram um pronúnciamento no Terraço do Teatro.

Como se tratava mais de um pronúncioamento protocolar incômodo para os governantes, parece que não foram feitos muitos esforços para que o então Largo do Rócio estivesse "lotado", embora sejam vistas algumas tropas e pessoas saudadando o evento.

Mas enfim, este evento no fim das contas, serviu para que Debret retratasse e descrevesse a aparência do Largo do Rócio naquela época.

Abaixo o texto de Debret onde ele descreve a praça, então um largo, como era em 1821.

"O que se observa imediatamente no centro do Largo do Rocio, um dos largos mais antigos do Rio de Janeiro, é a coluna de granito com uma esfera celeste de cobre dourado e sobre cujo capitel se apoiam duas pequenas forcas de ferro, símbolo do direito de alta justiça exercido pelo governo da cidade. (Observação: Encontra-se esse emblema em todas as cidades do interior do Brasil, porém muito simplesmente representado por um grande poste de madeira pintado de vermelho, de uma altura de vinte pés mais ou menos e em cuja extremidade um enorme facão, todo de ferro, fincado horizontalmente aparenta de longe os braços de uma pequena cruz, um dos quais formado pelo cabo e o outro pela ponta saliente e larga da lâmina.).

Embora situado na extremidade da cidade primitiva, o Largo do Rócio adquiriu grande importância em 1808 por ocasião da construção do teatro da corte, cuja fachada é um belo ornamento e se assemelha, ao que se diz, à do Teatro Real de São Carlos, em Lisboa.

A construção do teatro induziu alguns ricos proprietários a construírem belas casas no largo. A face oposta à que eu represento é de construção mais moderna; vê-se aí, entre outras, a residência do conde de Rio Seco, extravagante realização do arquiteto inglês que restaurou o palácio de São Cristóvão em estilo gótico. No fundo, as duas ruas, cujas embocaduras se percebem, penetram a cidade primitiva até o mar, isto é até o Palácio.

A rua da esquerda é a Rua do Cano (atual 7 de Setembro), reputada por seus hábeis sapateiros para mulheres; a da direita é a do Piolho (atual Rua da Carioca), que muda de nome na altura da praça da Carioca para o de rua da Cadeia, historicamente célebre pelos combates travados entre brasileiros e franceses sob o comando de Leclerc primeiramente e mais tarde de Duguay Trouin. O primeiro, ferido e feito prisioneiro, foi transportado para uma pequena casa, onde morreu, no largo do Rocio, situada na parte direita e que já não existe mais, porém que se deveria localizar no lugar da linda casa com terraço vizinha ao teatro.

Essa mesma casa deve sua celebridade atual ao fato de ter nela residido o ministro José Bonifácio durante o tempo em que conservou a pasta, quando da fundação do Império. A rua que a separa do teatro é a Rua da Moeda, da Casa da Moeda e do Tesouro público. Comunica também com a Academia de Belas Artes.

Finalmente, o terraço do teatro não é menos célebre pois teve a honra de se tornar durante alguns minutos a tribuna real em que D. Pedro, como príncipe regente, veio em nome de seu pai jurar obediência, por antecipação, a uma Constituição liberal a ser decretada pelas Cortes de Lisboa para todas as possessões portuguesas dos dois hemisférios. Vãs pretensões felizmente desfeitas dois anos mais tarde."

Veja abaixo o Largo do Rócio em 1821 | Veja também o Largo do Rócio 1821 Ampliado e Legendado

As acima imagens mostram a o Largo do Rócio em 1821, atual Praça Tiradentes. Praticamente nenhuma construção resta resta daquele tempo. O Teatro mostrado na gravura sofreu dois incêndios no século 19. No início do século 20 foi demolido e em seu lugar erguido o Teatro João Caetano, que também já passou por reformas e teve sua fachada modificada.

A imagem maior, que pode ser escolhida nos links acima, possuem legendas, mostrando algumas construções da época e indicando as ruas que aparecem na gravura, para um melhor compreensão e comparação com a praça nos dias atuais.