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Campo de Santana

O Campo de Santana, atualmente também chamado de Praça da República, era um enorme Largo até meados do século de 19, que foi palco de importantes acontecementos, e em torno do qual sempre existiram importantes construções associadas à história da Cidade do Rio de Janeiro.

O Campo e Santana em sua aparência atual, no século 21 é diferente do que se vê na gravura acima.

Descrição Campo de Santana em 1818 Representado na Gravura

A gravura mostrada abaixo nesta página, é de autoria de Franz Fruhbeck, datada de 1818. Este artista alemão produziu inúmeras gravuras representando o Rio de Janeiro no início do Século 19, e entre estas gravuras, está o Campo de Santana, hoje também conhecido como Praça da República.

Na época que esta gravura foi feita, ainda não existia a Av. Presidente Vargas, aberta no século 20.

A abertura da avenida dividiu o Campo de Santana em duas partes, tendo de um lado a área onde se situa a Praça da República e tendo do outro lado da nova avenida o Edifício do antigo Ministério do Exército e Estação Pedro II, área da chamada Central do Brasil.

Campo de Santana 1818

Campo de Santana 1818 | Click sobre para ampliar

Passeio do Campo

Através desta gravura pode-se ver o Passeio do Campo de Santana, ou seja, uma área do Campo que foi ajardinada, cercada com grades, com alas de arvóres e arbustos, e jardins de aparência "Cartesiana" ou com alas e áreas de formas geométricas e simétricas, se convertendo para um ponto central. Este "Passeio" ou área ajardinada e cercada seria uma alternativa ao então também existente "Passeio Público", perto do atual Largo da Lapa. Esta gravura é provavelmente uma das poucos, senão a única representação em pintura ou desenho do Passeio do Campo de Santana.

Arquitetura do Casario nos Entornos do Campo de Santana

Embora alguns destes ilustradores fossem um pouco fantasiosos, pode-se concluir pela gravura que, a arquitetura das construções do Rio Colonial até início do século 19, tinha seu casario predominantemente pintado de branco. A maioria das residências era do tipo sobrados. Estas casas pintadas de branco como se vê na gravura, sabe-se concretamente que eram construidas com paredes de tijolo e pedra.

Descrição do Campo de Santana e Entornos

Do lado esquerdo, ao fundo da gravura, é visto o Morro do Livramento, onde no sopé do mesmo morro é vista a Igreja de Santana. Esta Igreja foi posteriormente demolida e em seu local foi construída a Estação D. Pedro II. Do lado direito do Morro do Livramento, é visto um trecho pequeno do antigo porto no Valonguinho. Neste local aparecem as velas e mastros de alguns barcos, embora na figura em tamanho pequeno não seja possivel ver bem. (Toda esta área de frente para o mar, foi aterrada com a construção no século 20 da área portuária do Rio de Janeiro).

Vindo da esquerda para a direita, podemos ver Morro da Conceição que tem uma parte mais baixa e outra mais alta, sendo que na parte mais alta deste mesmo morro aparece a Fortaleza da Conceição e a antiga residência ou Palácio do Bispo.

O terceiro morro, que aparece ao fundo, do lado direito é o Morro de São Bento. No topo do Morro de São, aparecem o que seria dois dos três moinhos pertencentes ao Arsenal Naval e mais á direita o Igreja e Mosteiro de São Bento.

No sopé do Morro da Conceição, aparece uma antiga e grande igreja que já foi demolida. Se trata da Igreja de São Joaquim, com duas torres. Em seu local foi construido o Colégio Pedro II.

A rua que aparece em primeiro plano na gravura é hoje chamada Rua Frei Caneca, na qual aparece um Coche puxado por cavalos transitando e dois homens conversando. Do lado direito, aparece também em primeiro plano um casarão de esquina, sendo que a atual Rua Frei Caneca passa a se chamar a partir deste ponto, Visconde do Rio Branco.

À seguir, paralelas à atual Frei Caneca e Visconde do Rio Branco, vemos as seguintes ruas, descritas abaixo, que fazem esquina e desembocam ou desembocavam no Campo de Santana no trecho que é a atual Praça da República.

Primeiro vem a antiga Rua dos Ciganos que é a atual Rua da Constituição, a Rua do Alecrim hoje chamada Buenos Aires, a Rua Senhor dos Passos, Rua da Alfândega, onde pode ser vista na esquina a antiga Igreja de S. Jorge que continua a existir no local.

Depois aparecem duas ruas que desapareceram, engolidas pela contrução da Av. Presidente Vargas na década de 1940, ruas estas que são as Ruas do Sabão que posteriormente foi chamada de General Câmara e Rua de São Pedro. Por último vem a Rua Larga de São Joaquim que é atual Av. Marechal Floriano.