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Arcos da Lapa ou Aqueduto da Carioca em 1790

Aqueduto da Carioca em 1790 | Atual Arcos da Lapa

As pinturas de época e a fotos mostradas nesta página ou nas demais páginas correlatas, ajudam a descrever e contar a história do antigo Aqueduto da Carioca, construção que hoje é conhecida como Arcos da Lapa.

História do Aqueduto da Carioca

Esta mesmas imagens pictoricas ajudam a contar a história do Aqueduto da Carioca, hoje conhecido como Arcos da Lapa, ajudam também a entender as tranformações do Largo da Lapa e de áreas adjascentes, como Santa Teresa e o antigo Morro de Santo Antonio, que foi quase que totalmente demolido na metade do século 20.

A função do Aqueduto da Carioca era levar agua da nascente do Rio Carioca, colhido no Silvestre junto à Santa Teresa, até o chafariz do Largo da Carioca, abastecendo assim a população da cidade.

O Aqueduto da Carioca foi construído no século 18, entre os anos de 1725 e 1744, tendo as obras sido iniciadas pelo Governador Aires de Saldanha e Albuquerque. A primeira obra do aqueduto havia sido construída com canos de ferro que logo se deterioraram não resistindo à forte corrosão.

Posteriormente, o Governador Gomes Freira de Andrade, também conhecido como Conde de Bobadela, foi autorizado por uma carta régia no ano de 1744 a reconstruir o aqueduto, de forma sólida e segura em pedra e cal certamente misturada ao óleo de baleia, que eram os elementos da época que produziam uma liga de concreto muito resistente, e muito utilizada na construção de fortes, igrejas e construções duráveis.

O Aqueduto tem 42 arcos, em dois níveis sobrepostos, ligando o morro de Santa Teresa ao Morro de Santo Antonio (parcialmente demolido), fazendo assim a agua chegar ao chafariz da carioca.

O autor da obra e execução foi feita pelo engenheiro-militar José Fernandes Pinto de Alpoim. Até aquela época, era considerada a maior e mais importante obra de engenharia do Brasil nos tempos coloniais.

O Aqueduto em 1790

O painel oval, datado de 1790, fez parte de uma série de 6 paines, de autoria do artista Leandro Joaquim está mostrado abaixo, onde aparece Convento de Santa Teresa, uma Igreja que posteriormente passaria a se chamar Igreja de Nossa Senhora da Lapa, o Aqueduto da Carioca e uma lagoa no que é hoje o Largo da Lapa. Os painéis foram encomendados para decorar um local de visitação no Parque do Passeio Público, o primeiro parque público do Brasil. Atualmente fazem parte do acervo do Museu Histórico Nacional.

Lapa em 1790 | Aqueduto da Carioca e Lagoa do Boqueirão | Autor Leandro Joaquim

Lapa em 1790 | Aqueduto da Carioca e Lagoa do Boqueirão | Autor Leandro Joaquim

Descrição da Cena da Lapa e Aqueduto da Carioca em 1790

A pintura acima retrata em primeiro plano a antiga Lagoa do Boqueirão e mais ao fundo o Aqueduto Aqueduto da Carioca, hoje chamado Arcos da Lapa.

Nesta imagem já aparece do lado esquerdo, o Convento e Igreja de Santa Teresa sob o antigo Morro de Desterro, hoje chamado Morro de Santa Teresa. Ainda do lado esquerdo, no plano da lagoa está a Igreja Nossa Senhora do Carmo da Lapa. Do lado esquerdo aparece o antigo Morro de Santo Antonio, que foi quase todo demolido. No local do antigo morro hoje existe a nova Catedral Metropolitana, e Av. Chile com o prédio da Petrobrás e outros grandes arranha-céus. A área ocupada pelo morro chegava até as margens da Rua Marques do Lavradio, que ja existia, talvez com outro nome. A parte que resta do Morro de Santo Antônio, fica em frente ao Largo da Carioca, onde esta o Convento de Santo Antonio e duas Igrejas Anexas, ambas construidas nos tempos coloniais.

Na pintura acima, aparece ainda em primeiro plano, na margem inferior, uma pequena faixa de praia e as espumas de pequenas ondas do mar. Dividindo a faixa de areia da lagoa, aparece uma vegetação verde que deve ser um pequeno manguezal. A lagoa parece ser ligada ao mar por um pequeno canal.

A construção que aparece em frente ao Aqueduto, com frente para a Lagoa do Boqueirão foi demolida e não mais aparece nas fotos do início do século 20, mas aparece vista de lado na pintura de 1820 de Richard Bate.

Aterramento da Lagoa do Boqueirão e Construção do Passeio Público

A Lagoa do Boqueirão foi aterrada em 1779, durante o governo do VIce Rei Luis de Vasconcelos para ganhar área e também para a criação de um parque, o Parque do Passeio Público que se estendia até a beira do mar, onde havia um terraço com varanda à beira mar com vista para a barra (ou entrada) da baia de guanabara. Neste site voce pode ver mais sobre antigas lagoas do Rio de Janeiro.

O autor do parque foi Mestre Valentim da Fonseca e Silva e as porções de terra utilizadas para o aterro vieram da demolição do outeiro das Mangueiras, um outro pequeno morro.

O parque originalmente era murado em alvenaria, pedra e cal. Posteriormente, durante o segundo reinado, após a segunda metade do século 19 este muro foi substituído por uma grade, tendo sido o parque reformado e reformulado.

Sobre Leandro Joaquim

Leando Joaquim foi um pintor, arquiteto e cenógrafo, que trabalhou com o escultor Mestre Valentim, realizando gravuras e projetos urbanos. Foi um dos mais importantes artistas da segunda metade do século 18 no Brasil.