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Museu do Açude e a Mansão na Floresta

Uma mansão em estilo neocolonial em meio à imensidão da floresta abriga obras de arte.

Vou falar sobre este local, Museu do Açude levando primordialmente em conta minha visita e experiência pessoal no local. Trata-se de um local aprazível ou agradável para visitar, e estive lá em um final de tarde de 2012, no mês de Março, quando algumas partes internas estavam em reforma.

Na verdade visitei este museu após ter visitado o Parque Floresta da Tijuca cuja entrada principal fica na Praça António Vizeu no Alto da Boa Vista. O parque florestal é imenso e após caminhar por muitas horas pelo local, deixamos o parque pelo portão do Açude. Então fica a dica, ao visitar a Floresta, visite também o Museu do Açude.

De onde vem o termo Açude

O termo Açude na verdade significa pequeno reservatório de água, ou uma pequena barragem. Antes de sair do Parque Floresta da Tijuca pelo Portão do Açude, vemos um lago advindo de um reservatório, com belos jardins ao seu redor. Este açude dá nome à aquela região nos entornos do Portão do Açude da Floresta. Então, o nome do Museu do Açude vem do fato de ficar relativamente próximo ao Açude, mas fora dos limites demarcados do parque florestal. Nesta área do Açude existem algumas mansões e boas casas que vem da primeira metade do século 20, quando chácaras no local deram lugar a loteamentos de grandes terrenos.

A Casa ou Mansão do Açude que se tornou museu

Após uma caminhada de mais de meia hora se estiver à pé, chega-se ao portão do Museu do Açude. No local, após adentrarmos o portão, vamos subir um pitoresco caminho inclinado, cercado de densa vegetação, com pelo menos um nicho pitoresco onde existe um banco de azulejos para sentar.

Após chegar em uma parte mais alta, um platô, encontramos um antigo casarão em estilo neocolonial ou neobarroco, mas com várias intereferências e algumas outras influências. Uma confortável casa aristocrática, encravada no meio da floresta, o que lhe confere um clima agradável. Possui amplos jardins e caminhos, muitas esculturas, algumas fontes e peças esculpidas de valor artístico, algumas compradas de demolição no Brasil ou em Portugal.

Este casarão pertenceu à um rico empresário, esportista e colecionador de arte, principalmente Brasilianas ou pinturas de pintores viajantes que estiveram no Brasil no século 19 após a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil.

Pateo lateral e varanda coberta

Espelho dágua em espaço com inspiração romana

Arquitetura neocolonial

Raymundo Ottoni de Castro Maya, o proprietário deixou como legado duas casas transformadas em museu para abrigar suas coleções, a Casa da Chácara do Céu em Santa Teresa e a Casa do Açude.

Como é a Casa do Açude

O casarão como deixado por Castro Maya, apresenta estilo neocolonial ou neobarroco, entretanto bastante discreto. Possui um pátio central em volta do conjunto de construções, espaço este que aparenta ter inspiração romana e que alguém sem formação acadêmica em arquitetura, talvez algum decorador andou realizando obras para Castro Maya no local.

Este industrial e colecionador, tinha gosto pela azulejaria portuguesa, e na casa podemos ver estes azulejos em vários locais nas paredes, assim como telhas esmaltadas decorativas nos beirais.

Castro Maya foi também administrador do Parque Floresta da Tijuca de 1943 a 1946, e neste parque podemos ver que também deixou muitos bancos revestidos com azulejaria portuguesa em nichos pitorescos, e também uma pequena construção com telhas esmaltadas.

Casa do Açude e museu

Casa e Museu do Açude

Telhas esmaltadas azulejaria portuguesa

Banco em azulejos portugueses em nicho

Chafariz na Casa do Açude

Jardins da Casa e Mueu do Açude

Sugiro ver este artigo chamado Mapa em painel de azulejos na Floresta da Tijuca, onde algumas benfentorias feitas por ele no local são mostradas.

Acervo

Neste museu, existe um acervo de obras de arte que abrangem esculturas e também pinturas. Não somente as da Coleção Castro Maya, mas também de instalações acrescentadas ao acervo posteriormente.

Espaço de Instalações Permanentes

O espaço permanente do Museu do Açude revive o gesto inaugural de Castro Maya, criador e doador do acervo permanente do museu. As instalações unem arte e paisagismo nos 150 mil m2 de Mata Atlântica, criando um local propício e museológico para realizar a ideia de relacionar arte e natureza como elementos de força capazes de preservar o meio ambiente e sua qualidade.

O Museu do Açude é pensado dentro do conceito de patrimônio integral, e não somente em termos de coleções isoladas, pois o paisagismo e paisagem natural circundante fazem parte do circuto expositivo ao ar livre. Neste circuito expositivo, existe não somente o legado de Castro Maya em termos paisagisticos e obras deixadas, mas também obras de artistas contemporâneos especialmente concebidas para este espaço pensado por Marcio Doctors em 1999. Marcio Doctors foi curador até 2008, e fez com que este circuito expositivo estimule a reflexão sobre preservação de reservas naturais brasileiras e sobre o papel da arte no questionamento da relação homem e meio ambiente.

Como visitar e como ir lá

Endereço: Estrada do Açude, 764 | Alto da Boa Vista | Rio de Janeiro, RJ
Como ir de ônibus: Pegue as linhas 301, 302 e 345 (Centro ou Barra da Tijuca) e desça na Rua Boa Vista, próximo ao quartel do Corpo de Bombeiros.
Se for de carro, via São Conrado, suba a Estrada das Canoas, se via Tijuca, pegue a Avenida Edson Passos.
Sugere-se que telefone antes para confirmar horários | Telefones: 2492-2119 / 2492-5219
Horários: Diariamente, exceto às terças-feiras, das 11h às 17h. Entrada franca às quintas.
Fecha nos dias 1º Jan, Carnaval, 25 Dez e 31 Dez.
Estacionamento: Gratuito no próprio museu | Ingresso: R$ 2,00

Referências

Visita ao local no ano de 2012 pelo autor deste artigo com fotos tiradas no local.

Material de consulta oferecido espontâneamente por colaboradora do crítico de arte e curador Marcio Doctors.