Rio de Janeiro AquiRio de Janeiro Aqui

Museu Chácara do Céu

Casa e jardins do colecionador Castro Maya, na chácara do céu

Sobre a visita à casa modernista que pertenceu ao colecionador de arte Castro Maya, atualmente Museu Chácara do Céu, situado no alto do morro de Santa Teresa.

Além do acervo, o local proporciona uma bela vista da Baía de Guanabara e da cidade do Rio de Janeiro.

Um Legado a Ser Visitado em Antiga Residência Aristocrática e Modernista

A casa museu da chácara do ceu é uma das antigas residências de Raimundo Ottoni de Castro Maya, um bem sucedido empresário e colecionador de obras de arte. Se trata de uma residência modernista, em estilo cubista purista, com amplos jardins, situado numa parte alta do bairro de Santa Tereza, com uma bela vista da cidade e Baía de Guanabara.

Esta casa, com belos e amplos jardins, exprime o estilo de vida do refinado colecionador, que deixou um legado com muitas obras de arte.

Na verdade foram duas as residências do colecionador, ambas no Rio de Janeiro, que foram transformadas em museu. A Chacára do Céu iniciou suas atividades em 1972, e outra no Alto da Boa Vista, foi aberta ao público como Museu do Açude em 1964.

A chácara do céu fica ao lado de outro casarão que possui um mirante, e em cujo terreno fica o chamado Parque das Ruinas.

O que ver no Local

No Museu Chácara do Céu, destacam-se os inúmeros originais de obras de arte feitos por artistas que estiveram no Brasil principalmente na primeira metade do século 19, incluindo quase 500 originais de Jean-Baptiste Debret.

Outra atração são os belos jardins e a magnifica vista da cidade e da Baía de Guanabara.

Como chegar ou ir ao local

O Museu fica no final da Rua Murtinho Nobre, 93, perto da estação Curvelo, parada do bonde de Santa Teresa. Uma vez chegando ao curvelo, pode-se ir à pé até a Chácara do Ceu. Para chegar ao curvelo, basta pegar o bonde que leva a Santa Teresa ao lado do prédio da Petrobrás, na Avenida Chile, centro da Cidade. A opção de ir de bonde é interessante, por ser também um caminho muito antigo e passar sobre os Arcos da Lapa. Outra opção é ir de metro até a estação Glória e depois pegar uma Van que leve até o Curvelo.

Sobre a casa modernista que se tornou museu

O local onde situa-se a casa no alto de Santa Teresa, que abriga o Museu, era conhecida desde os idos de 1876 como Chácara do Céu, chácara por ter um amplo terreno e provavelmente céu, por causa da sua localização numa parte alta da cidade.

A casa museu da chácara do ceu é uma residência em estilo modernista purista cubistaEm 1936, Castro Maia herdou uma casa no local, e convidou seu amigo, o arquiteto Wladimir Alves de Souza, para projetar uma nova casa para o local, que é a que hoje abriga o museu com inúmeras obras de arte do colecionador.

Se trata de uma casa modernista clássica, feita de angulos retos em estilo purista cubista. A tendência classicizante fica evidênciada pela busca de equilíbrio e simetria na fachada que se volta para os jardins internos.

A casa possui belos jardins, e também uma ampla vista para a Baía de Guanabara e cidade do Rio de Janeiro. Alias a bela vista da cidade e seus belos jardins são um dos motivos à mais para visitar a Chácara do Céu. Ao lado do Museu Chácara do Céu existe também o Parque das Ruinas, que possui também um Mirante com vistas fantásticas. Ambos os locais podem ser visitados de uma só vez.

Alguns cômodos são ambientados com sua mobília original, como a sala de jantar e a biblioteca.

Ao contrário de muitas casas modernistas do século 20, quando existia uma tendência de uniformizar o estilo arquitetônico e do mobiliário, praticamente erradicando outros estilos, Castro Maya possuía móveis, estatuária e objetos de arte de diferentes épocas. A foto mostra o interior da casa, com inúmeras obras de arte.

O Acervo de Artes Plásticas

Castro Maya, durante sua vida reuniu um acervo com aproximadamente 22 mil peças. O acervo esta divido em seus dois museus, a Chácara do Céu e Museu do Açude. Na Chácara do Céu se destacam as seguintes coleções:

Arte Européia

Esta coleção agrupa desenhos, pinturas, gravuras de artistas famosos como Matisse, Modigliani, Degas, Seurat, Miró.

Arte Moderna Brasileira

Entre os artistas plasticos brasileiros do chamado modernismo do século 20 destaca-se principalmente o grande acervo de Portinari. Existem também quadros de Guignard, Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Antonio Bandeira.

Coleção de Brasiliana

A parte que mais se detaca em sua coleção são as "Brasilianas", ou seja, as gravuras, aquarelas ou pinturas de época, feitas por artistas estrangeiros que visitavam o Brasil no século 19, após a vinda de D. João VI. O maior acervo da coleção Brasiliana refere exatamente à Jean-Baptiste Debret, contando com quase 500 originais que Castro Maya adquiriu entre 1939 e 1940 em Paris. Muitos destes desenhos nem constaram da primeira edição de Viagem Pitoresca ao Brasil, onde Debret apresentou seu relato histórico da viagem e descrição de várias pranchas de sua autoria.

Entre a coleção Brasiliana, existem também originais de Rugendas, Chamberlain e Taunay.

A Biblioteca

A Bibliote de Castro Maya possui aproximadamente oito mil títulos, incluindo literatura e livros sobre arte. Entre algumas publicações se destacam-se livros como Viagem Pitoresca ao Brasil de Debret, e livros de outros viajantes que formam uma importante documentação escrita e pictórica acerca do Brasil no século 19. Entre estes autores que constam da coleção, estão Maria Graham, Henry Chamberlain, Victor Frond, William Gore Ouseley, Maximilian von Wied-Neuwied.

Sobre Raimundo Ottoni de Castro Maia

O empresário Raymundo Ottoni de Castro Maya era graduado em Direito, comerciante atacadista e industrial. Foi esportista e teve muita participação nos meios culturais e artísticos.

Nasceu em Paris em 1894, filho de um culto Engenheiro, renomado membro do corpo técnico da Estrada de Ferro Pedro II, atual Central do Brasil. Era um aristocrata refinado, e tinha estreita relação cultural com a Europa, tendo viajado muitas vezes a Europa, principalmente para a Françaa. Faleceu em 1968.

Principais Realizações no Ramo Comercial e Industrial

Gordura de Côco Carioca industrializada por Castro MayaAtacadista de Tecidos

Industrial produtor de óleo de Linhaça marca Tigre, destinado ao uso também industrial

Proprietário da empresa Companhia Carioca Industrial, que também produzia óleos vegetais, cujo produto mais conhecdo era a "Gordura de Coco Carioca".

Realização em Orgão Público

Em 1943 assumiu um cargo público como administrador da Floresta da Tijuca, a convite do prefeito Henrique Dodsworth, revigorando o local com grande exíto. Entretanto ele ocupou o cargo de forma altruística, sem nenhuma remuneração.

Atividades Culturais

Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil - Sociedade por ele criada em 1943, editando 23 livros.

Sociedade Os Amigos da Gravura - Sociedade também fundada por ele em 1952, cujo objetivo era divulgar e incentivar o gosto pela gravura como arte.

Membro fundador e primeiro presidente do MAM - Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1948.

Editou o livro "Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil", de Debret, em 1954.

Fundação Raymundo Ottoni de Castro Maya - Em 1963 cria a fundação Castro Maya, cujo fim seria geriu seu acervo e abri-lo ao público atavés de Museus criados por ele.

Museu do Açude - Em 1964 é inaugurado o Museu do Açude, em uma antiga casa de sua propriedade, no Alto da Boa Vista. 

Editou o livro "A Muito Leal e Heróica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro", de Gilberto Ferrez, em 1965.

Coordenou a comissão organizadora do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, em 1964 e 1965.

Em 1967 foi nomeado membro da Câmara do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Conselho Federal de Cultura.

O livro de sua autoria "Floresta da Tijuca" foi publicado em 1967.

Em 1972 é inaugurado o Museu da Chácara do Céu, 4 anos após seu falecimento, em 1968.

Endereço do site do museu

http://www.museuscastromaya.com.br/