Igreja de N.S. da Lapa dos Mercadores

Pequena e histórica igreja no centro do Rio de Janeiro, datada de 1753, século 18, que se destaca pela sutileza de suas formas, tendo uma nave elíptica com iluminação por claraboia em suas duas cúpulas, uma sobre a nave e outra sobre a capela mor.

A Arquitetura da Igreja destaca-se pela sutileza

Esta pequena igreja situado no centro do Rio de Janeiro, em uma das ruas mais antigas da cidade, a Rua do Ouvidor destaca-se pela por suas formas simples, baseada em uma planta de nave elíptica, e com duas cúpulas de alvenaria, com iluminação zenital ou por claraboia, sendo uma delas sobre a nave e outra sobre área do altar ou capela mor.

A Igreja foi construída pela Irmandade de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, formada por comerciantes prósperos da área da Rua do Mercado, tendo como data de construção o ano de 1753.

Sob o ponto de vista arquitetônico, esta igreja é uma bela amostra das variações de partidos arquitetônicos com relação à igrejas construídas na primeira metade de século 18. A nave, em termos de volume, chega a lembrar a da Igreja do Outeiro da Gloria, construída entre 1714-1739, entretanto a planta desta é absolutamente elíptica enquanto que a da Igreja da Glória é Octogonal e com abóbada possuindo alguns arcos em cantaria.

Ainda acerca dos espaços internos, embora sejam dinâmicos, ou melhor dizendo sugerem movimento das paredes, esta volumetria interna não é percebida do exterior, pelo menos ao nível do chão. Do exterior, somente se vista por vima, pode-se ter uma ideia de suas formas internas.

Fachada com Relógio no Frontíspício e Galilé

A fachada em seu primeiro nível, possui três arcos que dão acesso à galilé (ou espaço exterior coberto da igreja) cercada por grades entre os arcos.

No segundo nível, conta com 3 aberturas ou janelas que se abrem até o chão, guarnecidas com balaústres em cantaria, janelas estas que ficam no nível do coro alto.

Acima da janela central na fachada, um medalhão e dois nichos com estátuas, um de cada lado, sobre as outras duas janelas da fachada frontal.

Acima do frontispício, que como detalhe original, possui um relógio no centro, aparece a torre única, onde fica o sino.

Segundo livro consultado, a galilé, e alterações na fachada citadas no parágrafo acima, assim como a torre única, devem ser alterações do século 19.

Ainda segundo a mesma fonte, é também do século 19, a maior parte da talha (ou trabalhos esculpidos em madeira) assim como os trabalhos em estuque nos tetos, e também um aumento na profundidade da capela mor e sua cúpula juntamente com a clarabóia ou lanternim.

Ao lado a fachada da Igreja de N.S. dos Mercadores com o relógio no frontispício. A grade tem data marcada na mesma acenando para 1861-1862, data em que deve ter sido colocada. Clique sobre a imagem para ampliar e ver em detalhes.

Trabalhos em Madeira em Sintonia com Volumes Internos

A talha (trabalhos em madeira) e elementos decorativos estão em sintonia com os volumes internos, dando valor agregado ao projeto arquitetônico, sem a necessidade recompor o espaço como acontece em outras igrejas. Trata-se de uma bela sintonia entre arquitetura dos espaços e ornamentação interior.

Em minha opinião, de quem escreve e edita esta página, esta Igreja juntamenete com a Igreja das Glória são até o momento as que mais me tocaram em termos de originalidade, se destacando não pela grandeza, mas sim pela simplicidade, criatividade e eu diria também ousadia de suas formas.

Localização e Endereço em Meio à Muitas Atrações

A igreja situa-se na Rua do Ouvidor 35, Centro do Rio de Janeiro, em um trecho entre a Rua Primeiro de Março de Rua do Mercado. No local existem inúmeras outras construções históricas e um casarío eclético preservado.

Existem inúmeros bares e restaurantes no local, em sintonia com o ambiente histórico, e a área é bem movimentada nos dias de semana.

Acima fotos dos balcões da nave, onde aparece também um dos dois púlpitos, e do lado esquerdo foto de um dos altares laterais.

Acima, da esquerda para direita, a capela mor vista da nave. Na segunda foto as duas cúpulas, da nave e capela mor, ambas com lanternin ou iluminação por clarabóia. Na terceira foto a cúpula da nave com os vitrais trabalhados, que proporcionam iluminação zenital. Na última foto do lado esquerdo, outra foto da capela mor vista da nave, onde aparece um dos dois púlpitos.

Autoria das Obras

Credíta-se como autor das principais obras de reforma e restauração à Antônio de Pádua e Castro, entre os anos de 1869 e 1873, e depois me 1897.

Com relação à talhas, estas remontam ao século 18 e depois aos século 19. Antônio de P. e Castro fez os trabalhos do século 19 entre 1835 e 1840.

Referências e Fontes de Consulta

• Relato de visita ao local, com textos e fotos do autor deste website assim como de colaboradores.
• Consulta a livros sobre a história e iconografia do Rio de Janeiro