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Ilha Fiscal | Rio de Janeiro

O popularmente chamado "castelinho" da Ilha Fiscal, um palacete neogótico do século 19, foi construído por Dom Pedro II e seu gabinete de governo. Hoje aberto à visitação, é uma das atrações turísitcas mais procuradas para passeios no Rio. Além de sua beleza, já foi palco de episódios históricos que conferem ao local uma áurea especial.

Como visitar e chegar a Ilha Fiscal

Ao chegar na Praça XV, centro do Rio, procure o Espaço Cultural da Marinha que fica do lado direito da estação da barcas. Existe um estreito caminho de acesso por baixo de um viaduto, e uma vez chegando lá basta comprar um bilhete com direito a transporte e guia turistico para visitar à Ilha.

Antes da visita a ilha, voce pode visitar também o Espaço Cultural da Marinha, rico em informações históricas, ver antigas embarcações, visitar um helicópitero militar, um submarino e um návio de guerra já desativados, mas conservados para visitação.

Como é o Passeio e a Visita à Ilha

Antes era apenas um ponto de destaque na Baía de Guanabara, mas desde que foi aberta à visitação, a Ilha Fiscal se tornou um dos principais pontos turisticos do Rio de Janeiro.

Trata-se de um passeio interessante, não somente pela visita ao palacete que é uma aula de metodos construtivos e vivência de outra época, mas também pelos episódios históricos que envolveram o palacete. Outo motivo de interessa para a visita são as paisagens paisagens circundantes e vistas do mar.Torre alta e relogio do palacete da Ilha Fiscal

O acesso é feito através de um microonibus por uma estreita faixa de terra construída artificialmente que liga a Ilha, ou através de escuna, dependendo da disponibilidade no momento.

Um guia turistico geralmente orienta o grupo de visitantes e vai discorrendo sobre a história e fatos relacionados a Ilha Fiscal.

Tanto o microonibus como a escuna partem doEspaço Cultural da Marinha, local este onde existem também embarcações antigas e relíquias da história naval, além de um navio e um submarino abertos à visitação.

Algumas agências de turismo oferecem este passseio para grupos, mas devido à localização e facilidades é um passeio que pode ser feito também por conta própria, bastando ir ao local. Entretanto é sempre bom telefonar antes, para saber se existe disponibilidade e ingressos disponíveis para a data desejada.

À poucos metros da Praça XV fica também o Museu Naval num prédio centenário e bem preservado, com um rico acervo sobre a História Naval no Brasil e no mundo.

Como é o Palacete

O projeto do palacete ganhou uma Medalha de Ouro de uma exposição da então Escola Imperial de Belas, que inicialmente se chamou Academia Real de Belas Artes.

O palacete da Ilha Fiscal é uma edificação em estilo neogótico onde se destacam os trabalhos em cantaria ou pedra talhada utilizadas em sua construção.

Inúmeros artesãos que talhavam blocos em pedras realizaram um trabalho conjunto e primoroso. As pedras de granito cortadas foram usadas como elementos construtivos (ou peças de sustentação) e outras como elementos de adorno, verdadeiras esculturas em pedra.Brasão da monarquia talhado em pedra | Ilha Fiscal

A imagem ao lado mostra o Brasão da Monarquia, ogivas, rosáceas e demais elmentos construtivos e de adorno foram feitos em pedra talhada.

Em termos de disposição, o palacete conta com duas alas laterais com pequenas torres nas extremidades e uma torre alta no centro. No segundo andar da torre central fica a sala que era ocupada pelo chefe da aduana ou alfândega, um gabinete com piso ricamente trabalhado com vários tipos de madeiras brasileiras

A torre e o gabinete do palacete são mostrados com mais detalhes e comentários em outra página.

Culminando a torre central, fica a pequena torre do relógio de 4 faces, originalmente com iluminação noturna para fornecer a hora local aos navios que aqui aportavam.

Castelinho ou palacete da Ilha Fiscal

História da Ilha e do Palacete

Antes da construção do palacete, a Ilha Fiscal era chamada de Ilha do Ratos. Duas versões disputam a origem do antigo nome. Enquanto uma versão afirma que o nome vem veio da grande quantidade de ratos que fugiam das cobras da Ilha das Cobras, outra afirma que o nome foi dado em decorrência de pedras de cor azincentadas que existiam na ilha, e que se vistas de longe pareciam com ratos.

Mas o que se sabe de concreto, é que, a necessidade de ter uma sede alfandegaria proxima às docas do que é hoje chamado Praça XV foi o que ocasionou a construção do palacete, cuja finalidade era abrigar a chefia deste orgão e fiscalizar os návios de carga que lá aportavam.

Dom Pedro II ficou entusiamado com a beleza da llha, naquela época com águas limpidas e rodeada de golfinhos, e devido a todas estas particularidades, decidiu construir um edificío com caracteristicas marcantes e imponentes para ser a sede da alfandega.

O projeto em estilo Neo-Gótico (gótico-provençal) ficou por conta do Engenheiro Adopho Del Vecchio, que primou por sua construção, ficando o palacete famoso pela admirável qualidade dos trabalhos de seu vitrôs e construção em pedra talhada.

A construção terminou em Abril de 1889 e a festa de inauguração do palacete contou com a presença do Imperador Dom Pedro II.

Em 9 de novembro de 1889, ocorreu o chamado Baile da Ilha Fiscal, tendo sido a última grande festa da monarquia antes da proclamação da República Brasileira, no dia 15 do mesmo mês, apenas 6 dias após o baile.

Em 1913 a Ilha foi tomada de assalto, quando irrompeu a assim chamada "Revolta da Armada" quando parte da Marinha rebelou-se contra o governo do Presidente Floriano Peixoto. Durante 6 meses a ilha ficou de posse dos revoltosos, e devidos à tiros de artilharia provenientes de combates o palacete foi bastante danificado.

Em 1913 o prédio passou a ser propriedade da Marinha, após uma troca de propriedades com o então Ministro da Fazenda, onde passou a funcionar o Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha, até o ano de 1983. A ilha e o palacete continuaram se ser usados pela marinha até 1998, abrigando a sede do agrupamento ou frota de navios Hidroceanográficos.

Em 1930 foi construida uma via de acesso através de uma estreita faixa de aterro, ligando a Ilha Fiscal à Ilha das Cobras.

À partir de 1998 a Marinha decidiu tornar o edifício aberto ao público e preserva-lo como parte da memória naval e mostrar a contribuição da Marinha Brasileira no desenvolvimento científico, tecnológico e social do Brasil através de exposições temáticas permanentes lá disponibilizadas.

Obras de Restauração

O Palacete foi restaurado alguns anos atrás, e aberto à visitação pública. O processo de restauração iniciou-se em 1996 e foi planejado e coordenado pela Diretoria de Patrimônio Histórico e Cultural da Marinha com suporte do Arquivo Naval e supervisionamento do INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural).

Baile da Ilha Fiscal

A ilha fiscal é também muito conhecida ou rememorada pelo fato do ultimo baile do Império ou da Monarquia ter sido lá realizado. Clique aqui para ler mais sobre o baile da ilha fiscal que serviu de pretexto para o fim da Monarquia no Brasil.