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Palacete da Ilha Fiscal - Torre e Gabinete

O Palacete da Ilha Fiscal chama a atenção na Baía de Guanabara, tendo sido à época de sua construção uma das mais requintadas e chamativas edificações da então capital do Brasil.

A torre central e o gabinete merecem comentários mais detalhados.

O Palacete

foto abaixo mostra o palacete possui duas alas laterais tendo pequenos torreões nas extremidades e ao centro uma torre central.

No segundo andar da torre central fica a sala que era ocupada pelo chege da aduana, um gabinete com um piso ricamente trabalhado com vários tipos de madeiras brasileiras.

A Torre Alta

A torre alta e central, vista na foto mais acima, destaca-se pelo exterior e interior devido ao primoroso trabalho de cantaria (pedra talhada) e pelo trabalho em madeira e vitrais do gabinete dos antigos chefes da aduana.

Palacete ou castelinho da Ilha Fiscal na Baía de Guanabara

O torreão (acima do gabinete) foi projetado para receber um relógio alemão, como visto na foto. Este relógio que tem 4 faces, era iluminado através do interior para visualização noturna e assim mostrava a hora local para as embarcações que chegavam ao porto do Rio de Janeiro bem como para as cercanias.

O Gabinete

O gabinete que era destinado ao chefe da aduana fica no segundo piso da torre alta e central, com acesso por uma escada helicoidal em pedra talhada.

A construção e acabamento interno é primoroso, sendo uma perfeita combinação de arte e engenharia, pelo teto em abóbodas ogivais góticas talhadas em pedra, pelos vitrais coloridos e pelo piso em assoalho de madeira, constituindo um primoros trabalho de marchetaria.

A foto ao lado, mostra o gabinete do chefe da aduana ou alfandega. Observe o belo mosaico no piso em madeira, as abobódas nervuradas em pedra talhada e os vitrais coloridos que iluminavam o gabinete diurnamente aproveitando a luz natural.

Trabalhos em Madeira

Dentro da sala do gabinete, destacam-se o trabalho do madeiramento do piso, feito com o uso de vários tipos de madeiras brasileira.

O piso é uma obra de arte de marchetaria, ou seja, a arte de empregar madeiras incrustadas e aplicadas em peças de marcenaria para formar desenhos variados. Para a confecção deste piso, formando mosaicos com as formas e simbolos que se encontram também nas rosáceas das janelas e vitrais, foram usados diversos tipos de madeiras brasileiras.

Vitral com a figura de D.Pedro IIRosácea em pedra talhada com vitrais entre os vãos

Acima vitral do gabinete com a figura de D.Pedro II e com os dizeres em Latim - "D.Pedro II, Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil". Na outra foto do interior do gabinete, onde vemos uma rosacéa em pedra talhada tendo vitrais coloridos entre os vãos, com a figura de D. Pedro II ao centro e motivos e simbolos do imperio nos demais vãos.

Vitrais Artisticamente Trabalhados

Outro ponto alto de destaque, visto do exterior e principalmente do interiore do gabinete são os vitrais coloridos com figuras do Imperador e vários brasões que aludiam à monarquia. Os vitrais ocupam os vãos ogivais e as rosáceas em cantaria, e as esquadrias que os guarnecem, e assim como na arquitetura gótica genuína, a função se mescla com a forma, e sob o efeito da luz, o espação dos vãos das janelas se tornam uma obra de arte iluminada e transparente.

Torre do palácio da Ilha FiscalGabinete do chefe da aduana - Ilha Fiscal

Acima os vitrais e piso em madeira trabalhada no interior da torre central e mais alta. Nesta torre situava-se o gabinete destinado ao chefe da aduana (alfândega). Observe que, sobre a torre central alta, fica o torreão com o relógio de quatro faces, para indicar a hora local aos navegantes que aqui aportavam.

Hall ou Salão de Cerimônias

O hall ou salão que fica na ala direita do palacete, atualmente é composto de sala de estar e jantar, decoradas com mobiliário do final do século XIX.

Esta parte do palacete está assim mobiliada, mas deve-se lembrar que originalmente, este e outros locais do palacete não eram um local construido para eventos sociais, e sim um local de trabalho e fiscalização.

Entretanto o palacete tinha o sentido de mostrar aos návios que chegavam uma certa imponência e exibir orgulho das potencialidades do Brasil através daquela construção.

Um local de trabalho

A guia que conduziu a visita realçou bem que, o Palacete da Ilha Fiscal, embora com toda aquela imponência, tinha a função de ser um local de trabalho e fiscalização do porto do Rio de Janeiro, então capital do Brasil.

Uma vez que os navios aqui aportassem, o Capitão dos mesmos deveriam levar à aduana (alfandega) que ficava na Ilha Fiscal um relato da carga que transportavam para que então fossem aplicados os impostos para que as mercadorias pudessem ser desembarcadas. A fiscalização da aduana então visitava os návios e conferia se carga correspondia ao relato, e se não correspondesse, então multas seriam aplicadas.