Monumento Estácio de Sá - Parte Interior

O Monumento à Estácio de Sá no Rio de Janeiro, tem abaixo de sua base ou terraço um parte interior, interessante e surpreendente, tanto por sua arquitetura, instalações como também por interesse histórico.

O Monumento visto pelo exterior é simples e aparentemente uma solução trivial, com a escolha de um "ponto de chamada" sendo um obelisco de base triangular.

Mas o monumento como um todo, é um dos mais interessantes projetos de Lúcio Costa, reservando surpresas quanto à sua concepção e suas relações com o interior e exterior.

O uso brilhante, criativo e ao mesmo tempo reduzido quanto aos materiais usados também é outro ponto alto deste monumento.

Num clima que compatibiliza elementos de arquitetura moderna, com material de uso secular como a pedra, o monumento reserva o contato com interessantes fatos e elementos de interesse histórico.

Como é o interior do monumento

Na foto abaixo, do lado esquerdo, o portão de entrada, encontrada ao final de da rampa de descida a céu aberto. A porta ostenta um brasão e um mapa de 1574 da Baía de Guanabara forjado em alto relevo.

Na outra foto acima, do lado direito, vemos a base do oblisco triangular ou pirâmide sobre o piso do subsolo. O obelisco sobe e se projeto no alto, acima da laje, que é também o piso da parte externa ou terraço do monumento, uma área que fica em torno do obelisco.

No interior do monumento existe um balcão de informação com atendende, visto do lado direito, e durante a visita em que esta foto foi tirada, havia uma exposição com mostra fotografica. No local são organizados diversos eventos.

O espaço é amplo, existe inclusive algumas banquetas estofadas, existem também diversos computadores instalados no local, provavelmente para uso de visitantes.

Homenagem ao guerreiro e fundador da Cidade do Rio de Janeiro

No interior do monumento à Estácio de Sá, de frente a outra face do obelisco, como mostra a foto ao lado, existe um canteiro de areia onde no centro se estende uma laje ou pedra plana. A laje possui um brasão gravado em alto relevo e uma lápide com a cruz de malta se encontra fincado na areia, do lado da laje.

Neste local repousa Estácio de Sá. Seu primeiro local de descanso foi o Morro Cara de Cão, posteriormente foi transladado para a Igreja de São Sebastião no Morro do Castelo, morro este que foi demolido no início do século 20.

No obelisco, existe a inscrição, "A cidade do Rio de Janeiro a Estácio de Sá | 1567-1973".

Monumento à Estácio de Sá, interior

Acima, interior do Monumento á Estácio de Sá, existe uma lápide ou grande pedra gravada, semelhante às encontradas em antigas igrejas. Trata-se da lápide de Estácio de Sá, de 1583.

Acima, foto com os inscritos da Lápide de Estácio de Sá, cunhada em 1583, evidênciando o Português arcaico. Veja também a primeira parte sobre o Monumento à Estácio de Sá com descrição do terraço e partes exteriores.

Pedra Gravada de 1583

A antiga Igreja da Sé do Rio de Janeiro, ou Igreja de São Sebastião, no Morro do Castelo, primeiramente erguida como uma ermida, com imagens trazidas da Villa Velha (Morro Cara de Cão), somente foi concluida em 1583.

Neste mesmo ano de 1583, os restos mortais de Estácio de Sá foram transladados para esta Igreja, e sobre a sepultura foi feita uma lápide de mármore com a inscrição da laje exposta no local e com as mesmas inscrições.

Salvo o caso de lápide ser réplica, esta deve ser a que foi gravado no ano de 1583.

Abaixo as inscrições contidas na laje:

"Aqui jas Estácio
de Saa Prº Capitão e cõ
qvistador desta terra e
cidade e a campa man
dov fazer Salvador
Correa de Saa seu p
rimo segdº capitão
e govor co svas armas
e esta capela aca
bou o ano de 1583"

O texto acima, escrito de forma um tanto diferente da atual diz o seguinte:

"Aqui jaz Estácio de Sá, Primeiro Capitão e conquistador desta terra e cidade, e a campa (lápide) mandou fazer Salvador Correa de Sá, seu primo segundo, Capitão e Governador, com suas armas e tambem esta capela acabada no ano de 1583."

A capela à que o texto de Salvador Correa de Sá se refere é a antiga Sé, Igreja de São Sebastião, que existia no Morro do Castelo, tendo sido tanto a igreja como o morro e todo o sítio histórico demolidos.

Após o desmonte do morro e demolição da igreja, ambos no início do século 20, a lapide e restos mortais de Estácio de Sá haviam sido transladados para a Igreja dos Capuchinhos, na Tijuca, permanecendo lá até a construção deste monumento. O marco da cidade do Rio de Janeiro, ou marco de posse e fundação da Cidade continua em guarda, na Igreja dos Capuchinhos, já citada anteriormente.