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Teatros no Catete

Rua do Catete

O bairro do Catete já foi palco para importantes personagens da vida republicana. Muitas cenas importantes e até dramáticas foram encenadas no local.

Com a mudança para Brasilía o principal palco dos personagens da história mudou de cena, mas ainda existem teatros no local. Isto é, agora para atores comuns desempenharem seus papéis, aliás, em bons espetáculos.

Teatros e personagens no Catete

Como dizia Shakespeare, "A vida é um palco e todos nós somos meros atores". Um palácio no bairro do Catete já foi por um período de tempo o mais importante palco do Brasil, onde personagens históricos desempenharam seus papéis, às vezes de forma bem dramática e com encenação trágica.

Getúlio Vargas | O Maior Personagem da História do Catete

O Palácio do Catete, atual Museu da República, foi construído com requinte por um Barão do Café do segundo Reinado, do tempo de D.Pedro II. O Barão queria para sí um dos melhores palcos para se projetar socialmente na cidade do Rio de Janeiro. E assim conseguiu, em grande estilo desempenhar cenas memoráveis com sua família no local.

Com a proclamação da República, o Palácio da Quinta da Boa Vista, onde residia o Imperador, foi deixado de lado pelos Republicanos, que não queriam associar a imagem do novo governo com a antiga morada do Imperador. Mas precisavam escolher um local de pompa e requinte para desempenharem seus históricos papéis, e como o Palácio do Catete estava disponivel para mudar de mãos, este foi comprado, e passou a ser palco para os atos da Presidência da República.

Aludindo à máxima de Shakespeare, Getúlio Vargas foi o maior personagem e estadista, que no palco da vida e da história, desempenhou seu papel no bairro e no Palácio do Catete. Foi não somente um grande personagem como também um grande roteirista. Ele desempenhou um papel dentro de um roteiro que ele mesmo escreveu.

Sua vida foi uma ópera brilhante, escrita por ele próprio, entretanto com um fim dramático. Nem o final da Ópera Madame Butterfly que se suícida no fim poderia ser mais dramático. Madame Butterfly se suicida cometendo um suícidio de honra, segundo um ritual japonês, também cometido por seu pai. Desde já, quem vós escreve pede desculpas pela grotesca comparação.

O grande estadista Getúlio Vargas, certamente o maior estadista brasileiro do século 20 e talvez de todos os tempos, se encontrava acuado, abandonado pelos seus antigos aliados e pelo seu Ministério. Em uma fatídica noite, de sua última reunião ministerial, os membros do ministério lhe aconselharam a renúnciar, segundo versões, na verdade um ultimato.

Getúlio Vargas, pressionado por forças contrárias à soberania do Brasil, por intrigas mesquinhas da oposição, por um episódio desastroso cometido por um homem de sua confiança, e abandonado por seus alidados, viu que o desfecho de sua história era iminente, com dois possíveis fins. Após ter tido uma vida de grandes serviços prestados ao país, era iminente que Getúlio Vargas seria denegrido e achingalhado ao final de sua vida, veria sua história e trajetória ser deturpada e reescrita pelos inimigos e adversários. Entretanto ele pensou na possibilidade de tentar mudar este fatídico destino.

Getúlio Vargas não viu outra saída à não ser escrever seu último ato literalmente com seu sangue. Após aquela fatídica noite, da última reunião ministerial, Getúlio Vargas deixou o palco da vida, com um tiro no peito, deixando uma carta escrita onde entre outras palavras se dizia - "Saio da vida para entar na história".

Sabiamente Getúlio escreveu seu ultimo capítulo e último ato, e não permitiu que seu inimigos maculassem ou denegrissem todos os atos e capítulos de sua existência. Seu ato foi tão grandioso, tão estrondoso, tão dramático e tão comovente que abafou todas as vaias e achincalhes dos inimigos. Em seu ultimo ato, Getúlio Vargas fez com que, os ultimos acordes de sua ópera, ecoassem para sempre, e calassem a voz de seus desafinados detratores.

Este ato, foi praticamente a última encenação da história no Palácio do Catete, ato este feito pelo maior personagem da história que passou pelo bairro e pelo palácio.

O Presidente Juscelino Kubitschek que o sucedeu decidiu não morar e nem despachar do Catete e logo mudou a capital para Brasília, quando então a cidade emergente do serrado passou a ser o novo palco da vida política e dos personagens que a partir daquele ponto desempenhariam ou escreveriam os novos papéis e roteiros da história do Brasil.

Locais de Espetáculos e Peças Teatrais no Bairro do Catete

À seguir, mais abaixo, locais disponíveis para espetáculos e peças teatrais no bairro do Catete. Além do teatro Cacilda Becker, o Palácio do Catete, atual Museu da Repúblico já teve suas instalações utilizadas para espetáculos teatrais. Na verdade, volta e meia existem peças em cartaz nos espaços disponíveis para teatro no bairro.

Teatro Cacilda Becker

Rua do Catete, 338
Catete
Tel. 2265-9933
186 lugares