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Casa Laura Alvim

Praia de Ipanema em frente à casa de Laura Alvim

Na Casa de Cultura Laura Alvim existe teatro, cinema, espaço para exposições e galeria de arte.

No terceiro pavimento existe um pequeno museu com objetos que pertenceram ao pai de Laura, o médico Álvaro Alvim e também pinturas e ilustrações feitas por seu avô, Angelo Agostini, um pintor, desenhista e cartunista do século passado.

Acima Ipanema em frente à casa de Laura Alvim.

O Sonho de Laura Alvim

Laura Alvim herdou a casa de seu pai, o renomado médico e cientista, Álvaro Alvim. Na verdade, ela herdara com mais dois irmãos, mas decidiu comprar a parte dos mesmos. Laura era uma mulher que se considerava livre e tinha personalide destacante.

Após a morte do pai ela passou a vestir-se de preto, e manteve este hábito durante toda a sua vida. Era uma pessoa que gostava do meio artístico e cultural, se relacionando bem com muitas pessoas do meio. Ela fez modificações na casa, entre elas reformou um banheiro dando lhe um aspecto de glamour hollywoodiano da década de 1950.

Nos fundos da casa ela fez sua obra mais ousada, ao construir um teatro. Para tal não contratou arquiteto e utilizou-se de uma mistura de estilos. No hall de entrada do teatro, que hoje abriga abriga também várias mesas de um bar-café, chama a atenção as exóticas abóbodas com inspiração gótica, evidênciando um gosto excentrico.

Pouco antes de morrer, em 1983, ela doou a casa para o Estado do Rio de Janeiro, condicionando esta doação ao término das obras do teatro que já se encontrava quase terminado, e condicionando também que a casa deveria se tornar um polo e centro cultural.

Casa de cultura e estação Laura Alvim

Casa de cultura e estação Laura Alvim.

Av. Vieira Souto em Ipanema, vista da varanda da Casa Laura Alvim

Quem visita a casa, pode ver da varanda como é a vista do mar e praia de Ipanema, que a tantos encanta.

A casa foi inaugurada em 1986, sendo que, Darcy Ribeiro, ex-vice governador do estado do Rio de Janeiro, e também um grande idealista da cultura, teve participação neste processo, dando ao local o nome Laura Alvim.

Relíquia dos Antigos Sobrados à Beira da Praia, Resistência Cultural e Idealismo

A casa foi construída pelo médico Álvaro Alvim entre 1906 e 1910 e hoje em dia é uma das poucas casas que restam na orla.

Originalmente, no final do século 19 e ínicio do século 20, após os loteamentos em Ipanema, o bairro era ocupado por casas térreas ou sobrados. Com o chegada da especulação imobiliária, as casas do bairro foram sendo demolidas dando lugar à edifícios de apartamentos de vários andares.

A casa construída por Alvaro Alvim, hoje não tem aparência exatamente igual como ele a construiu. Laura Alvim, a herdeira que ficou com a casa a modificou e fez acréscimos, mas ainda, é uma casa que resistiu à especulação.

Devido à sua localização, frente para o mar e num dos pontos mais valorizados do Rio de Janeiro, ela poderia ter se rendido ao lucros propiciados pela especulação. Entretanto, não era seu objetivo transformar a casa em apenas mais um edifício, prefirindo transforma-la num polo cultural.

A casa que originalmente era do médico e cientista Álvaro Alvim, possui uma ampla varanda de frente para o mar, com uma vista que se abre da Pedra do Arpoador até o Morro Dois Irmãos no Leblon.

Na foto ao lado, vemos em primeiro plano a avenida Vieira Souto, que situa-se de frente para a praia de Ipanema, fotografada da varanda da casa. No dia que foi tirada a foto, o mar estava de ressaca, e a faixa de areia se apresentava um pouco mais estreita devido ao avanço das ondas e da água.

Estação Laura Alvim

O nome Estação Larura Alvim se refere às 3 salas de cinema que o Grupo Estação oferece no mesmo local, juntamente com uma livraria e bar-café. Geralmente são exibidos filmes de arte, que vão além dos grandes circuitos comerciais.

A casa de Cultura e Estação Laura Alvim situa-se, na Av. Vieira Souto 176, Ipanema.

Escritório de Álvaro Alvim | Acervo e Pequeno Museu

Laura Alvim era filho do médico e ciêntista Álvaro Alvim. O cômodo da casa que abrigava o escritório de seu pai na casa, ela o manteve como era, quando ele o utilizava. Atualmente os móveis e a sala do escritório continuam abertos à visitação.

Em um dos cômodos da casa de Laura Alvim, existe uma sala com exposição de material sobre o pintor, desenhista e caricaturista Angelo Agostini, avô de de Laura Alvim. Existe inclusive encadernações com seus trabalhos. Agostini era uma espécie de Ziraldo do século 19, muito crítico e ativo politicamente ao tempo do segundo reinado.

O escritório do médico e cientista Álvaro Alvim, é preservado no mesmo local onde ele o mantinha, quando a casa era sua residência.

Alvaro Alvim conheceu Pierre e Marie Curie pioneiros das pesquisas com radioatividade. No ano de 1897, Álvaro Alvim realizou a primeira radiografia de xifópagas e por anos continuou com suas pesquisas.

Nos primeiros 30 anos da utilização dos raios X, muitos profissionais sofreram danos. Alvaro Alvim morreu prematuramente em 1928, devido aos efeitos da radiação. Em 1936 já totalizavam 169 o número de mortos em decorrência do uso e pesquisa. Em 1959 o numero de mortos totalizava 360, incluindo o nome de Marie Curie.

Escritório do médico e cientista Álvaro Alvim em sua residênciaRevista Ilustrada do cartunista Angelo Agostini

Escritório do médico e cientista Álvaro Alvim em sua residência. Acima, lado direito, foto de um exemplar original da "Revista Ilustrada" de Angelo Agostini.

Acervo e Exposição Angelo Agostini | Avô de Laura Alvim

Sua "Revista Illustrada", publicação dele mesmo, é considerada um marco editorial à sua época e também dos quadrinhos no Brasil, tendo sido o criador do personagem "Zé Caipora".

Agostini era um "republicano" e também abolicionista, tendo estreado em 1864 num jornal "pasquim" chamado "Diabo Coxo", de São Paulo.

Na "Revista Illustrada" ele defendia os ideiais republicanos. Sua caricaturas de D.Pedro II eram muito tendênciosas, colocando-o com roupas cerimoniais, quase fantasiosas, quando na verdade, no dia a dia D.Pedro II não andava com roupa de cerimônia e usava terno escuro comum aos demais da época.

Como não havia televisão, as imagens que chegavam ao público vinham destas publicações ilustradas e isto passava uma imagem muito arcaica e tendenciosa de D.Pedro II.

Fundou a Revista Ilustrada em 1876, e posteriormente trabalhou na revista Don Quixote durando de 1895 a 1906. Trabalhou também para as revistas "O Tico Tico", "O Malho" e "Gazeta de Notícias".

Referências

  • Relato de visita ao local pelo autor desta página.
    Consulta a livros sobre o Rio de Janeiro e sua história para dar suporte à criação desta página.