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Primeiras Exposições e Feiras Industriais Nacionais

As exposições nacionais onde cada Estado do Brasil apresentava seus produtos e sua cultura deixaram de existir. Mas na segunda metade do Século 19 eram grandes eventos no Rio de Janeiro, então capital do Império (antigo regime com Monarquia Constitucional) e depois capital da República.

A primeira exposição de destaque em 1861

No ano de 1861, sem Setembro, foi realizada a primeira exposição de grande impacto no Rio de Janeiro, em um dos salões do edifício que sediava o antigo Museu Nacional naquela época. Trata-se do mesmo edifício, que hoje abriga o Arquivo Nacional, em frente à Praça da República ou Campo de Santana.

A exposição versava sobre produtos industriais e naturais da então Província do Ceará. Os produtos foram coletados pelo Dr. Manuel Ferreira Lagos, que havia estado nas províncias do Norte com fins de pesquisa científica. A exposição durou uma semana e teve sucesso, servindo como ponto de partida e inspiração para as que vieram à seguir.

Quanto ao seu organizador, Dr. M. F. Lagos (1806-1879),estudou humanidades e medicina no Rio de Janeiro, foi membro do IHGB, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, atuou no Museu Nacional e foi comissário do Império na Exposição de París. Era um intelectual respeitado em sua época.

1ª Exposição Nacional Industrial em 1861

Em função do sucesso da primeira exposição, outra foi organizada no mesmo ano, inaugurada no começo de Dezembro, mas visando mostrar o progresso industrial do pais.

O local escolhido foi o edifício da antiga Escola Politécnica, depois chamado de Escola Nacional de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Largo de São Francisco de Paula. O edifício foi todo decorado externando, causando grande admiração em sua época, tendo os artista Fleiuss e Linde como decoradores da fachada.

A multidão que compareceu ao local se encantou com os ornamentos, estavam bandeiras, galhardetes, flâmulas, vasos de flores, escudos e as tradicionais colchas nas janelas que eram muito usuais em cerimônias de festas no século 19.

O interior do edifício também foi decorado com pompa, tendo um dos salões abrigado o dossel do trono. A Familia Imperial chegou por volta de 11 horas, com a presença da Princesa Isabel e D. Leopoldina.

Este dia 2 de Dezembro foi marcante por seria a primeira vez que ambas tomavam parte em um festejo público e porque a inauguração foi marcada no dia do aniverssário de D. Pedro II, certamente uma homenagem.

O Marquês de Abrantes, que presidia a comisão diretora da mostra, fez um discurso saudando os membros da Familia Real e D. Pedro II, quando então a exposição foi aberta e inaugurada.

Após a execução do hino da exposição, composto pelo Maestro Carlos Gomes, os presentes percorreram todo o edifício, e muitos elogios foram feitos ao Dr. Ferreira Lagos.

Outras solenidades festivas tomaram lugar naquel data mais à noite com o palácio da exposição iluminado. Foi feita a cerimônia do beija-mão no paço, Te-Deum na Igreja do Sacaramento, e a ópera "Os Dois Amores" de Manuel Antônio de Almeida tomou lugar no antigo e já demolido Teatro Lírico.

A exposição se manteve aberta até o dia 15 de Janeiro de 1862, tendo o Imperador D. Pedro II comparecido ao local outras vezes, bastante interessado nos objetos e artigos expostos.

2ª Exposição Nacional em 1866

Em 1866 aconteceu a Segunda Exposição Nacional, inaugurada em 19 de Outubro, no edifício que hoje abriga Arquivo Nacional, que antes abrigara o Museu Nacional e depois a Casa da Moeda.

A decoração e ornamentação também foi faustosa, e contou com a presença da Familia Imperial. O discurso e saudação de abertura foi feita pelo conselheiro Souza Ramos, que posteriormente receberia o título de Visconde de Jaguari. Em resposta à saudação, D. Pedro II declarou aberta a 2ª Exposição. O encerramento ocorreu em 16 de Dezembro do corrente ano.

A grande mostra e certame contou com mais de 20 mil produtos expostos, enviados por cerca de 2400 expositores. Os artigos que mais se destacaram, foram depois mostrados em uma Exposição ou Feira Internacional de Paris.

3ª Exposição Nacional em 1873

Sete anos decorridos da exposição anterior, a terceira exposição nacional tomou lugar novamente no edifício da antiga Escola Politécnica no Largo de São Francisco, posteriormente chamada de Escola Nacional de Engenharia.

A exposição foi inaugurada em 12 de Janeiro de 1873, e contava com inúmeros produtos que seriam enviados para a Feira e Exposição Internacional de Viena.

D. Pedro II inaugurou a exposição pronunciando algumas palavras em sua abertura e depois caminhou pelos salões da exposição. D. Pedro II segundo era um grande admirador de feiras industriais e do progresso científico, tendo aprecidado os objetos expostos demoradamente.

A exposição foi também um grandioso sucesso com o comparecimento de cerca de 42 mil visitantes. Em 3 de Fevereiro do mesmo ano, a feira foi encerrada.

4ª Exposição Nacional em 1875

Em 1875, em 2 Dezembro, novamente na data do aniverssário do Imperador Pedro II, foi inaugurada a quarta exposição nacional, tendo como local da mostra o palácio da Secretária da Agricultura e Obras Públicas.

Seguindo o estilo da exposições anteriores, o edifício também foi primorosamente ornamentado. A mostra foi encerrada em 16 de Janeiro de 1876.

Referencias e Fontes: