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Novo Porto do Rio e Sua Construção em 1904

A melhoria do porto do Rio de Janeiro, assim como de outros portos do pais era um assunto sempre em questão, tanto durante os últimos anos do Império como também durante o governo provisório de 1890. Em contrapartida a falta de recursos incumbiu-se de não permitir levar outras idéias e melhorias adiante.

A construção do Novo Porto do Rio, entre a Praça Mauá até a Ponta do Caju

Após os primeiros anos da República, quando as finânças do pais já estavam saneadas, a ideia e construção de um grande porto se tornou viável durante o quatriênio do Presidente Rodrigues Alves.

Foi uma época de grandes transformações no Rio de Janeiro, com aberturas de grandes Avenidas, modernização da cidade e também construção de um grande e amplo cais e terminal marítimo.

Teve especial destaque nesta época um major, engenheiro e senador por Santa Catarina, Dr. Lauro Severiano Muller, que ocupou a pasta do Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas. Este nomeou uma comissão para estudo e execução do novo porto.

O local estabelecido para a construção do cais acostável para grandes embarcações foram as praias entre a Praínha ( atual Praça Mauá ) e a Ponta do Cajú, próxima à São Cristóvão. Ficou ainda decidido que o governo federal deveria contratar a referida obra.

No início de 1903, em Maio o governo tomou um empréstimo em Libras, e no mês de Setembro daquele corrente ano, a obra foi contratada para ser feita por uma companhia de Londres, a C.H.Walker & Cia Lta. A obra contratada se referia ao trecho entre a Prainha (Praça Mauá) e a embocadura do Canal do Mangue.

As obras foram iniciadas em Abril de 1904, quando então foram feitas dragagens e resultou também no desaparecimento de um cais e da Ilha das Moças. A construção seguiu um sistema chamado Hersent, mesmo sitema adotado na construção do porto de Antuérpia.

Os trabalhos deste primeiro trecho empreitado foram concluídos em 1910 durante a gestão do Presidente Nilo Peçanha, com a execução de 3.500 metros, total contratado. Neste mesmo governo, foi decidido arrendar o porto, e uma empresa de origem francesa foi constituida para tal fim, com o nome de Compagnie du Port du Rio de Janeiro.

O novo porto contava com 20 armazens principais e 32 secundários, tendo sido equipado também com 52 guindastes elétricos, muito modernos em sua época.

Além de Lauro Miller, outro nome que se destacou na construção do porto foi o engenheiro Francisco Bicalho. Em sua homenagem existe a Av. Francisco Bicalho e em homenagem ao Presidente Rodrigues Alves existe outra avenida que corre ao longo do porto.

Posteriormente, um pouco mais tarde, inciou-se as obras de continuidade e prolongamento do cais do porto até a Ponta do Cajú.

Desaparecimento de antigas Praias e do Saco de São Cristóvão

Com a construção do novo cais do porto do Rio, as Praias que existiam em frente a Praça Maua, bairro da Saúde e Gamboa desapareceram, assim como o Saco de São Cristóvão, Saco do Alferez e a enseada ou saco da Gamboa.

Saco de São Cristóvão e Saco do AlferezO Saco de São Cristóvão era delimitado por um lado pela Praia de São Cristóvão (Praia dos Lazaros) que ficava no sopé de uma colina sobre a qual situa-se o antigamente chamado Hospital dos Lázaros, hoje Hospital Freia António, construção está que já havia sido uma antiga sede de chácara dos Jesuitas.

Do outro lado do Saco de São Cristóvão ficava o Morro de São Diogo, e por entre estes dois limites o mar entrava e chegava até onde existe a junção da Av. Francisco Bicalho com Presidente Vargas.

Enfim, a área da Av. Francisco Bicalho e seus entornos laterais surgiu sobre aterros.

Referencias e Fontes: