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Arquitetura da Biblioteca Nacional e o Início da República

Biblioteca Nacional | Escadarias e portal de entrada

A sede atual da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro, foi inaugurada em 1910, logo após a abertura da Av. Central, atual Av. Rio Branco, inserida no contexto das obras de modernização da capital do Brasil e refletindo os ideiais de modernidade da emergente e recém implantada República, que procurava uma nova roupagem arquitetônica e urbanista para o seculo que também nascia.

A Sede Atual Reflete a Arquitetura da República no Início do Século 20

A atual sede da Biblioteca Nacional faz 100 anos decorridos de sua inauguração, 1910, na antiga Avenida Central, hoje chamada Av. Rio Branco.

A Av. Central foi igualmente aberta no início do século ligando a Praça Mauá ao antigo Largo da Ajuda, onde hoje é a praça conhecida como Cinelândia.

Nesta mesma época, inúmeros edifícios foram construidas na Av. Central (hoje Rio Branco) e também em volta da Cinelândia.

São contemporâneos ou construídos à mesma época o Teatro Municipal, o atual Museu Nacional de Belas Artes, o antigo prédio do Supremo Tribunal Federal, hoje Centro Cultural da Justiça Federal e o o Club Militar que fica na Av Rio Branco ao Lado do Municipal. O Palácio Pedro Ernesto, que fica de frente para a Biblioteca Nacional teve sua construção finalizada em 1923, embora o projeto seja de um concurso de 1911, de autoria do arquiteto Arquimedes Mémória.

Edifício da Biblioteca Nacional visto de frente

Fachada frontal da Biblioteca Nacional onde é visto o frontão central e as colunatas no centro do edifício. O edifício possui alas simétricas com 4 andares de cada lado.

Nos cantos das estremidades de cada ala, existem torreões também com janelas. A foto tirada de da Praça Marechal Floriano ou Cinelândia, praça esta cuja fachada principal está voltada.

Escadaria frontal da Biblioteca Nacional e frontispício

Na foto acima a escadaria central e frontal da Biblioteca Nacional, vendo-se também suas colunatas e frontispício acima das três arcadas que guarnecem a entrada para o átrio central. A foto foi tirada em um dia de semana, onde se vê muitos passantes na movimentada Av. Rio Branco.

De cima da sacada, que fica sobre a entrada, têm-se uma bela vista da Praça da Cinelândia e seu conjunto de edifícios entre eles o Teatro Municipal.

Veja um relato de visita e como visitar a Bibliotaca Nacional através de tour guiada em outra página deste website.

Com a República recem proclamada, a idéia na época era modernizar a cidade, com vias largas e em função destas idéias de progresso urbano, muitas construções antigos dos tempos coloniais foram demolidas.

Para abrir espaço para a construção da Av. Central muitas construções coloniais foram demolidas e para criação da Praça da Cinelândia como vemos hoje, o antigo Convento da Ajuda também foi demolido. As freiras do convento foram mudadas para uma nova sede no bairro de Villa Isabel.

Com estas intervenções urbanas, o Rio de Janeiro naquela época adquiriu um "ar" Parisiense ao estilo da Belle Epoque, e se tornou novamente uma cidade em destaque no mundo.

Entretanto, deve-se lembrar que, existe um acervo imenso de pinturas que realçavam as belezas do Rio de Janeiro dos tempos coloniais, quando pintores europeus vinham para o Brazil procurando cenas que jamais eram encontradas em outras partes do mundo.

Estas pinturas são as chamadas "Brasilianas", feitas principalmente no século 19, após a vinda de D.João VI, quando os maiores destaques da cidade não eram apenas edificações altas como nos dias atuais, e nem suas montanhas principais como o Pão de Açucar ou Corcovado.

Nesta época as construções eram baixas e as montanhas e morros eram mais evidentes no cenário urbano por todos os lados.

Com relação à "Brasilianas" e livros escritos por visitantes estrangeiros após a vinda de D.João VI, muitos destes documentos escritos e iconográficos estão armanzenadas na própria Biblioteca Nacional.

Neoclassicismo, Ecletismo e Avanços Técnicos na Arquitetura e Construção do Edifício

O imponente edifício em estilo neoclássico com elementos de ecletismo, que se tornou um marco arquitetônico da antiga Av. Central (hoje Rio Branco) foi projetado pelo General arquiteto Francisco Marcelino de Souza Aguiar.

Foi um marco não somente pela sua grandeza e por aspectos estéticos que a muitos encantaram na época, mas também porque foram instalados inúmeros recursos técnicos, bastante avançados para o seu tempo.

Entre estes recursos estão armações e estantes de ferro, grandes salões, elevadores para transporte de livros feitos com tubos pneumáticos possibilitando transportar rapidamente os livros que vinham dos andares superiores até os salões dedicados à leitura.

Outro elemento arquitetônico e detalhe construtivo que chamou atenção na época foram os pisos de vidro nos armazens das alas laterais, onde livros e documentos são guardados.

Biblioteca Nacional | Átrio, galerias e claraboiaBiblioteca  Nacional | Átrio, galerias e claraboia em arte noveau

Acima fotos do interior da Biblioteca Nacional, onde vemos o átrio central com escadaria e galerias circundantes, uma arquitetura típicamente neoclássica. Entretanto o edífico é também eclético quanto aos elementos arquitetônicos utilizados. Na foto do lado direito, também acima, aparece o átrio central, as galerias e uma claraboia com vidros em arte noveau.


Referencias e Fontes:

  • Relato de visita à Biblioteca Nacional, através de tour guiada, com fotos do próprio autor deste artigo.
  • Consulta a livros sobre a história e iconografia da Cidade do Rio de Janeiro para a criação desta página.