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Central do Brasil | Estação D. Pedro II

A Central do Brasil, nos dias de hoje é conhecida popularmente como estação de trens no centro do Rio de Janeiro, ao lado do Campo de Santana ou Praça da República. Este grande terminal de trens urbanos, ligam diversos bairros da zona norte ao centro da cidade, em conexão próxima com uma estação do metrô.

A Central do Brasil é o nome dado à uma das primeiras e mais importantes estradas de ferro do Brasil, tendo tido vital importância no desenvolvimento do pais durante o segundo reinado, tempo de D.Pedro II.

Abaixo uma sequência de gravúras, aquarelas e fotos ilustram as transformações no local.

Origens da idéia de construção da ferrovia e as várias tentativas

Central do Brasil - Estrada de Ferro e Estação D.Pedro IIA ideia de contruir uma ferrovia que ligasse a corte e capital do país às então provícias de São Paulo e Minas Gerais vinha desde o tempo da Regência, quando então govenava o padre Feijó. Com tal intuito, este sancionou uma lei em 1835, que daria concessão de 40 anos à alguma empresa que organizasse a ferrovia.

Com o intuito de viabilizar o empreendimento, o Marquês de Barbacena, um político, militar e embaixador do Império, incumbiu-se da missão de divulgar o empreendimento em Londres, mas não obteve sucesso.

No ano de 1839, o político e empresário bem sucedido naquela época, o Dr. Tomaz Cockrane requereu uma pedido de concessão para explorar por 80 anos uma estrada de ferro, que ele construiria entre a Pavuna (bairro do Rio) e a cidade de Rezende, no Estado do Rio, na direção de São Paulo. Foi outra idéia que fracassou em virtude de revoluções ocorridas em 1842. Esta foi mais uma das tentativas outras que não sucederam.

A construção da ferrovia em 1855-1858

Em 1855, o então Governo do Império aprovou os estatudos de uma empresa chamada Companhia Estrada de Ferro D. Pedro II.

Esta empresa tinha em sua primeira diretoria grandes empreededores em sua época, Roberto Jorge Haddock Lobo, Jerônimo J. Teixeira Júnior, Cristiano Benedito Ottoni, J. Batista da Fonseca e Alexandre J. de Siqueira.

O local de partida da ferrovia assim como sua estação principal na corte foi construído no Campo de Sant´Ana ou Praça da Aclamação como era chamada na época. O Campo de Santana hoje em dia é chamado de Praça da República, tendo perdido parte de sua área com a abertura da Av. Presidente Vargas no final da primeira metade do Século 20. Mas enfim, a primeira Estação da Central do Brasil, foi construída no mesmo lugar onde se encontra a atual, como pode ser vista na sequência de fotos mostrada mais acima.

A linha deveria inicialmente chegar até Cachoeira no Estado de São Paulo e a Porto Novo do Cunha, na divisa entre as então Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Festa de Inauguração em 1858 com a presenção de D. Pedro II

A festa de inauguração ocorreu no mesmo local onde hoje se encontra o edifício atual da Central do Brasil, Estação D. Pedro II. Foi um dia festivo, tendo não somente autoridades comparecido mas também o povo, em virtude da novidade e importância de um empreendimento que iria beneficiar a cidade e as províncias vizinhas.

Para se ter uma ideia, muito da produção agrícula que vinha para o Rio de Janeiro, vindo do vale do Paraíba, chegava por mar, primeiro descendo pela estrada de Cunha até Paraty em lombo de mula, e então embarcando para o Rio de Janeiro.

Naquelo distante e glorioso dia festivo, foi inaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro D. Pedro II, que contava então com 48 kilômetros de extensão, chegando até Queimados.

A festa foi grandiosa e muito bem organizada, com bandeiras, muitas flores e galhardetes, e o chão foi coberto com folhas de mangueira, formando um belo tapete organico, costume este que perdeu-se com o tempo. Dois coretos com igualmente duas bandas de música animaram o evento, tocando marchas patrióticas e festivas.

Diante da presença do Imperador Pedro II, sua família e membros da corte, a benção à estação, às locomotivas e aos trilhos foi da dada pelo Bispo Conde de Irajá e os cônegos que o acompanhavam.

O entusiamo era geral e ouvia-se muitas salvas de palma diante do emergente progresso que a estrada inspirava. Entre os que discursaram, estava o engenheiro Dr. Cristiano Ottoni, a quem se deve a construção da ferrovia, tendo este um busto na Estação da Central do Brasil.

Discursou depois o Imperador, que elogiou o empreendimento e conferiu ao ilustre engenheiro e demais membros da diretoria da empresa uma comenda, a chamada comenda de Cristo.

Após a execução do Hino Nacional, a primeira locomotiva chamda "Brasil" pós-se em movimento para o delírio geral dos presentes, que aplaudiam enfaticamente. Em seguida partiram outras composições, puxadas por outras duas locomotivas, a "Imperador" e "Imperatriz", também sob grandes aplausos.

Cerca de uma hora depois ou mais, uma mensagem telegráfica anúnciava a chegada à Queimados, quando então ocorreu uma novos aplausos e comemorações.

O Imperador e a comitiva da corte deixou o local algumas horas depos também sob intensos aplausos.

Referencias e Fontes: